quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Comer, Rezar e Amar

  Através da aplicação Veja do Facebook, descobri várias opiniões positivas sobre o livro Comer, Orar e Amar de Elizabeth Gilberth, que aproveitando a minha estadia em Portugal, lá passei na Fnac para encontrar o livro. Achei estranho o livro afinal chamar-se Comer, Rezar e Amar, e tal diferença se devia ao facto de estar a usar uma aplicação brasileira! ...
  Em conjunto com os outros livros do Miguel Sousa Tavares, lá embarcou mais este para Angola, para maior prazer tirar do tempo que cá estou.
  A ideia que fica no final e em conclusão deste livro é "Vamos atravessar"  (attraversiamo em italiano). Estamos habituados a ficar na margem do rio do nosso dia-a-dia, no nosso conforto, na nossa vidinha, mesmo que não nos agrade, é ali que nos deixamos ficar. Este livro mostra a necessidade que a protagonista e autora teve de largar tudo (marido, posterior namorado, carreira, local de vivência) e iniciar a travessia que a levou a descobrir-se a si mesma.

  "Gostamos, ou melhor, nos apegamos à margem, ao porto em que estamos, porque nos dá segurança. Mas não queremos ficar, desejamos partir, nos lançar no mar ou rio perigoso, atravessar até outro lugar, uma margem distante que mal conseguimos enxergar. O que nos mantém onde estamos é o medo. Até que a vontade supera o medo na coragem de partir. Mas nunca chegamos a este outro lugar desejado, chegamos sempre a lugares inesperados. A vida na realidade acontece neste movimento de busca, na travessia."

  A história divide-se em 3 etapas, as etapas dos I's: Itália, Índia e Indonésia. Gostei particularmente da Itália, para já porque é um país do qual tenho algum fascínio concordando em absoluto ter-lhe associado o verbo comer! As peripécias e a descrição feitas na aventura nesta 1ª etapa fizeram-me passar bons bocados a imaginar. Na Índia já me perdi um pouco mais, mais pausado, mais de auto-descoberta, menos dinâmico e mais contemplativo. A volta à Indonésia faz retomar momentos de maior dinâmica. Não me atrai o país pois tenho bem presente a questão Timor, mas a descrição do local (Bali) e da forma de pensar e de ver a vida deste povo em particular foi uma descoberta para mim. A relação da Liz com a Wayn, nomeadamente a parte final faz-me lembrar ainda um pouco da forma de pensar de algumas pessoas em Angola... (mas isto fica para a interpretação de cada um).

  Fica também a descoberta dos prazeres do corpo (sexo) e a forma como os descreveu pois trouxe algum erotismo ao livro, algo aos meus olhos sempre agradável ;)

  Tal como o observado neste livro, várias vezes precisamos de largar a margem e atravessar. Minha vida tem passado por isso: fazer travessias. Cada mudança implica precisamente isso, implica que perdemos coisas , entre elas algumas que nos são importantes, mas a necessidade de procurarmos a nós mesmos a isto nos obriga. Aprendo cada vez mais a tirar proveito do attraversare, e a ser feliz nesta etapa, não ficar à espera por atracar para me sentir realizado. "A Felicidade está no caminho".


  Tendo lido o livro, fica agora pendente a visualização do filme, e a curiosidade de ver o desempenho da Julia Roberts materializando o que acabei de lei. Sei que não é a mesma coisa, mas é um exercício interessante.

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