sábado, 30 de maio de 2009

Encontrei-te

Sem te procurar Amor ...
Te encontrei como nunca o pensei.
Em meus olhos uma lágrima derramei
Com tal alegria como nunca Amei!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dunas, GNR


Permito-me sonhar ...



Dunas, são como divãs,
Biombos indiscretos de alcatrão sujo
Rasgados por cactos e hortelãs,
Deitados nas Dunas, alheios a tudo,
Olhos penetrantes,
Pensamentos lavados.

Bebemos dos lábios, refrescos gelados (refrão)
Selamos segredos,
Saltamos rochedos,
Em camara lenta como na TV,
Palavras a mais na idade dos "PORQUÊ"

Dunas, como que são divãs
Quem nos visse deitados de cabelos molhados bastante enrolados
Sacos camas salgados,
Nas Dunas, roendo maçãs
A ver garrafas de óleo boiando vazias nas ondas da manhã

Bebemos dos lábios, refrescos gelados,
nas dunas!
Em camara lenta como na TV,
Nas dunas..
Nas dunas..
Naasss duunas...
Naasss duunas..
Refrescos gelados...
Como na Tv.
Nas duunas..

domingo, 24 de maio de 2009

Emigrante em Angola


 Emigração para Angola é o inverso da Emigração para a Europa.

 Esta emigração é diferente. Por cá a necessidade é de técnicos especializados e não de mão-de-obra barata. Estávamos habituados a ver a emigração para países mais desenvolvidos e avançados culturalmente e para cá, nem por isso … Acresce ainda a diferença dos planos e objectivos para Angola poderem ser definidos a curto prazo.

 

 Continuo a ouvir comentar por amigos e conhecidos meus em Portugal, o quanto gostariam de trabalhar em Angola. Porque será que estando cá há pouco mais de um ano, em Luanda, não considero bem o mesmo?

 Ganhar bem e o clima ameno o ano inteiro realmente é bom, mas será que quem vem para cá tem a noção do resto? Eu não tinha.

 Trabalhamos a dobrar ou mesmo a triplicar, o stress do trabalho é bem maior pois tudo é uma dor de cabeça para se arranjar neste país.

 Mau, mau mesmo, é o trânsito, diria até caótico. Quem vem de Portugal não faz mesmo ideia. Caótico, caótico e mais caótico ainda. Quase sem regras, salve-se quem puder, todo o bocado de estrada serve para passar, qual proibidos, qual faixas contrárias! Estradas com 2 faixas a ficar subitamente com 5 ou 6. Bloqueia-se cruzamentos e rotundas por ignorância e falta de civismo. Qualquer descrição não chega para preparar ninguém para o que realmente vem encontrar nestas estradas.

 Para se juntar a isto o lixo, muito lixo e pó por todo o lado. Terríveis desigualdades sociais, pessoas de muito mau humor e muitas a raspar o limiar da agressividade, tudo se conjuga para que em Luanda as coisas não sejam nada fáceis de se viver.

 Em contrapartida Luanda não é Angola. Pelo que tenho visto, sair de Luanda é mudar de país, no que toca a mudanças de condições, sentimos de novo qualidade de vida, vontade de conhecer melhor outros locais e gentes deste belo país. Já fiz a deslocação Luanda-Benguela e Luanda-Huambo e ambas me fascinaram, desde as praias paradisíacas, às verdes paisagens, quedas de água de cortar a respiração, lindas sanzalas (aldeias), gentes afáveis, tudo se conjugava para realmente qualquer actividade profissional fora de Luanda fosse muito mais fácil de levar.

 Profissionalmente, esta função tem puxado por mim em áreas que eu sentia necessidade de entrar e desenvolver (gestão e liderança) e sinto que tenho aprendido muito, mas em termos pessoais tem sido demasiado difícil estar longe das pessoas que realmente amo nesta vida. A ponderação entre o sacrifício necessário para cá estar e o ganho continuam demasiado equilibrados o que não dá nenhumas garantias de permanência.

 Surge assim a necessidade de sair, aproveitar ao máximo os poucos tempos livres, o render ao máximo as curtas férias em Portugal, o aprendermos com a dor da saudade que nos aperta o coração.

 Por aqui as lágrimas derramam-se para libertar tensões e poder seguir de novo em frente.

 

 Vida de emigrante é mesmo dura, mas só passando por ela é que se apercebe da dureza da mesma, sejam perto ou longe do nosso país, sejam com melhores ou piores condições.

 

 Fica por isso aqui uma homenagem a todos os emigrantes portugueses pelo que tanto ontem como hoje lutam por um amanhã melhor e involuntariamente continuam a dar valor a essa palavra tão portuguesa: Saudade.

domingo, 17 de maio de 2009

Porquê debaixo do imbondeiro

 Imbondeiro, árvore imponente, de grande porte que em minha opinião deveria ser adoptada como símbolo deste grande país que é Angola.

 Olhar para ela não nos deixa indiferente. Não se pode dizer que é bela, mas dá um verdadeiro significado às paisagens de Angola. Torna qualquer foto única e com aquele ar de África a que tão bem se adequa.

 Desde que iniciei esta missão por terras angolanas, que esta árvore me chama a atenção e me tem tocado em diversas situações.

 Representa todos os locais realmente belos desta terra. Aqueles locais longe da confusa, caótica e infernal Luanda, tanto em aspecto como em gentes.

 Debaixo de um Imbondeiro descobri que nos podemos abrir, dançar, beijar e quase amar...